18.9.06

CINCO DIAS DE COCA-COLA
As aventuras de um jornalista paraibano na capital do Brasil

Parecia uma miragem. Saí do hotel barato que um amigo baiano que morou em Brasília me indicou e seguí rumo ao planalto. Tentava me guiar pela imagem que vi na noite anterior, quando chegava do aeroporto, da catedral metropolitana toda iluminada. Sabia que estava perto, bem perto.


Fui andando com cuidado, procurando o tão falado canteiro central da avenida da Esplanada dos Ministérios. Minha orientação principal era ele. A outra era ter cuidado ao atravessar as intermináveis 12 faixas da mesma. Realmente era uma luta.

Uma duvida às vésperas da minha viagem (depois conto mais sobre a viagem em si) era a distância entre o hotelzinho e o Congresso. Acabou que, nem era tão perto o quanto alguns pregavam, nem tão longe o quanto outros alertavam. Era uma distancia suficiente para me causar três calos devidos aos dias em que encarei o percurso a pé. Mas valeu a pena. Deu para conhecer de perto vários monumentos que, desde menino, só conhecia pelos livros didáticos de Moral e Cívica e pelos noticiários da tv.

Durante o passeio, como um bom turista, máquina fotográfica nas mãos. Como um jornalista receoso, olhos abertos para ver se não tinha ladrão. E não tinha. Ou, pelo menos, não vi. Ou, melhor ainda, não me viram.

Devo confessar que em todos esses dias em Brasília, em nenhum momento me senti em alguma situação de desconforto quanto à segurança.

A cidade também e agradável. Achei que por ser uma cidade com muitos edifícios, seria uma cidade fria, sem vida, mas não, a cidade até que é bem arborizada. Canteiros com flores, calçadas gramadas, muito limpa também.

Dificuldade foi na hora da alimentação. Não por falta de opção, mas pelo pouco dinheiro mesmo. Minhas diárias não saíram a tempo de me pegar durante a viagem. Preferiram me esperar na volta. O shopping center que ficava na quadra em frente ao hotel onde eu estava era a minha base. Era a única coisa que conhecia em todo o Distrito Federal. Passear era lá. Cinema, idem. Compras, também. Almoçar e jantar... Imagina. Na primeira noite, 11 de setembro (depois dou detalhes sobre este dia) quando cheguei de São Luis, acabei jantando numa pizzaria no shopping. Ah! Esqueci de dizer: moro no Maranhão há 5 anos.

No dia seguinte, mais descansado da viagem, voltei ao shopping por volta do meio-dia e comecei a prestar atenção nas lojas, restaurantes, lanchonetes... Foi ai que aquele nome me veio na lembrança: Burguer King. Meus amigos haviam falado dele. É uma lanchonete tipo os Mc Donald’s e Bob’s da vida. Mas o principal eles não me contaram. Foi ai que conheci umas das coisas mais fascinantes de todos os tempos. Você compra o kit com sanduíche, batata... E o refrigerante? Fiquei todo desconfiado quando a atendente me deu um copo vazio. Comecei a observar os outros e, de repente, lá estava. Enorme, vermelha, quase uma parede toda da enorme loja. “Refri Refill”. Desconfiei o que era, mas, como todo bom paraibano, fiquei ali, ressabiado, de canto de olho, observando o procedimento dos “nativos”. Era o que eu pensava: refrigerante à vontade. Isso mesmo! Podia beber o quanto quisesse, quantas vezes quisesse. E lá estava ela, ou melhor, elas. Três torneirinhas só de coca-cola. No primeiro dia fiquei meio por fora. Tomei só um copinho de 500 ml. Na segunda vez, à noite, tratei de sentar mais perto. Ficava mais prático. E assim fui a conhecendo. Criamos uma relação muito próxima.

Foram 5 dias ali, trocando olhares, confidencias. Pertinho um do outro. Vou sentir saudades dela. De Brasília também.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial