1.6.10

O mundo está grávido!




Por: João Torres Jr.

Meu Deus! Parece que por todo lugar que eu passo tem uma mulher grávida! Só variam os tamanhos e modelos de barriga: pequena, grande, mais ou menos... enoooormes, pontudas, redondinhas...

Isso era o que eu pensava antes de receber a notícia que eu... Caramba! Estou grávido. Ou melhor, minha esposa está buchuda. Seria um sinal? Na verdade, tudo começou quando uma amiga apareceu (isso mesmo: apareceu) grávida no final do ano passado. A realização de um grande sonho para ela. Todo mundo muito feliz... Eu de férias e... pronto: agora era eu. Na verdade, Alexsandra, grávida de novo, depois de 12 anos do nosso primeiro filho. Um susto. Tinha um amigo meu que é radialista e todo domingo em seu programa, do qual sou ouvinte assíduo, só de sacanagem, mandava sempre um carinhoso abraço para os “gêmeos”, mas... Meu amigo tirou férias, foi para Nova York, Toronto... E quando voltou me ligou pra saber como fazia para interpretar um exame de Beta HCG que detecta a gravidez. Resultado: grávido. Toooma! Rsrsrs. Aliás, grávidos, ele e Carla.

Sabe o que é mais engraçado: Eu, Hugo (o radialista sacana, rsrs) e Liliane trabalhamos juntos por um bom tempo no setor de Projetos de uma assessoria de comunicação, onde fizemos inúmeros projetos que acabaram sendo engavetados por nossos gestores. A única coisa que não foi projetada foi os três ficarem grávidos no mesmo tempo. Coisas do destino!

No outro lado da ponte (falo assim porque São Luís é dividida pelo Rio Anil e, obviamente, precisamos de pontes para passarmos da cidade velha, onde Alexsandra trabalha, para os bairros mais novos, onde trabalho) dois outros colegas (Ricardo e Daniele) estão grávidos também.

Está contando? Até aqui já são cinco. E nem vou computar aqui os amigos que estão com filhos recém nascidos. Somando com eles também o total passa dos 10. Tudo nesses primeiros meses do ano. Meu primo teve bebê agorinha no começo de fevereiro.

Já que o de Liliane é o que está mais adiantado e já se sabe que é um menino (vem aí o Gabriel), vamos torcer pra todos os outros serem meninos também para fazermos uma corrente de aproveitamento de roupas, berço... kkk

No local onde trabalho, duas colegas estão em licença maternidade e três com a barriga pelo pescoço.

O que será que está acontecendo? Será um tipo de virose? Acho que Liliane disseminou esse vírus para todo o mundo? Com certeza foi ela sim, pois foi o primeiro "bucho" a aparecer. (Aliás, ela e Chicó, seu cachorrinho tarado).

E agora? O mundo está grávido gente.

Minha irmã que casou em fevereiro, está programadíssima para engravidar também. Ta dando uma pressão no japonês dela que ele já ta ficando amarelo. (Ou ele já era amarelo? Japonês né!?).

Pra fechar a conta, uma outra pessoa da família ligou ontem à noite para dizer que está grávida do namorado. Êita!

O grande barato é que toda essa turminha recém chegada e a outra que chegará daqui a pouquinho vai crescer toda junta formando o que nós, papais e mamães babões, definimos como a nova geração. Ia ser legal mesmo vê-los crescendo bem próximos.

Vixe! Ai meu Deus! Deixa eu correr pra casa que lembrei que minha mãe tá sozinha com o namorado. Fui!

12.1.10

Um Novo Milionário

Cento e quarenta e poucos milhões de reais foi o último grande prêmio
da loteria federal sorteado na virada do ano. Um dinheiro que, assim
como eu, muita gente, inclusive os únicos dois ganhadores, não tem
noção alguma de quanta grana é.

Mas, como todo brasileiro que se preze e como todo trabalhador que
espera ansiosamente para receber o salário no final do mês e vê-lo ir
embora sem nenhuma cerimônia na mesma semana, eu arrisquei e fiz minha
“fezinha” no jogo milionário. Engraçado como a gente, por apenas ter
feito o jogo, já fica um pouco mais rico. Eu fiz cinco jogos, me
sentia meio milionário e já começava a fazer planos para investir
minha “bufunfa”.

Comecei a fazer uma listinha, o que aconselho todos a fazerem senão a
dinheirama toda pode ir pelo ralo quando você menos esperar. A gente
não faz a conta direito e pode gastar mais do que precisa, sabe?

Iniciei pelas prioridades. No item 1 coloquei a Loja Renner, afinal
estava com duas parcelas atrasadas e eles já tinham me ligado
horrores. Então, tinha que priorizá-los. Renner: R$ 64,00 as duas
parcelas. Os juros pelo atraso eu pensei em deixar para as outras duas
parcelas restantes que ai ficariam em torno de 14 reais, cada uma.

No item 2 coloquei a C&A. Não que eu deva lá mas preciso comprar umas
três bermudas e lá parcela em até 5 vezes sem juros no cartão e,
ainda, na rua ao lado da loja ainda tem uma banquinha que toda vez que
passo fico de olho num relógio bacana que tem lá. Agora, se a
vendedora me der o descontinho que ela me ofereceu outra vez... Vou
sair de lá com o relógio no pulso. Ehe!

Tenho que comprar também uma antena interna nova pra minha TV CCE e lá
perto vi umas que eles fazem com cano de P.V.C e arame que dizem serem
muito boas e, ainda, chorando, o cara faz um preço bom.

Não posso esquecer do meu possante. Este é o item três da minha lista.
Afinal, quem é que ganha uma “bolada” dessa e não compra um carro.
Quando vou para o trabalho passo em frente a várias lojas de veículos
e sempre fico babando com aqueles carros maravilhosos. Seria a hora de
realizar meu sonho e comprar aquela máquina que paquero há tempo.
Verde metálico, calotas cromadas, farol de milha, antena no teto,
aerofólio e som com uns quatro Twitters. Ainda vem um Tojo com
equalizador. Pense num Tempra zero bala! 92. Novo, novo, novo. O carro
dos sonhos de qualquer um. Só fico com medo de parecer “boyzinho”
quando chegar ao trabalho.

Por falar em trabalho, este é o número 4. Muita gente que ganhasse uma
grana dessas, com certeza, não saberia aproveitar o momento. Eu já
tinha tudo programado em minha cabeça. Não teria uma oportunidade
melhor pra falar tudo o que eu queria para meu o chefe. Eu ia fazer
questão de sentar frente a frente com ele e dizer: - a partir de hoje
eu só posso trabalhar meio expediente. E ainda ia jogar na cara dele
que eu estava rico. Queria vê-lo com cara de otário sem saber o que
fazer. Só ia ter cuidado pra não pegar uma justa causa porque depois
fica registrado na carteira de trabalho e complica pra pegar outro
serviço.

E a lista continua com muitas outras coisas: ia comprar uma
churrasqueira dessas que estão fazendo agora com aquelas rodas grandes
de caminhonete que a pessoa roda uma manivela e ela regula a altura da
grelha. Na feira aqui do bairro tem umas, e o cara que vende diz que
elas são semi-automáticas. Outra coisa era comprar logo um celular
desses que pegam duas linhas e ainda têm televisão colorida.

Agora, pra cuidar do visual... Afinal, com grana a coisa muda, não é
verdade? Ia fazer logo era uma feira. Anel, pulseira, corrente,
pingente, tudo da Romannel. Ia ficar todo no ouro meu patrão. Ia ficar
na estampa com umas camisas dessas de surfista que tem lá na Cattan.

Faria muitas coisas que mudariam minha vida. Ia ajudar os amigos, a
família... Você tem que saber usar o dinheiro. Afinal, é muita grana.

9.11.09

O prazer de ter um barrigudinho ao seu lado


* Palavras de uma psicóloga experiente


Tenho um conselho valioso para dar aqui: se você acabou de conhecer um rapaz, ficou com ele algumas vezes e já está começando a imaginar o dia do seu casamento e o nome dos seus filhos, pare agora e me escute! Na próxima vez que encontrá-lo, tente disfarçadamente descobrir como é sua barriga. Se for musculosa, torneada, estilo `tanquinho´, fuja! Comece a correr agora e só pare quando estiver a uma distância segura. É fria, vai por mim. Homem bom de verdade precisa, obrigatoriamente, ostentar uma barriguinha de chopp. Se não, não presta. Estou me referindo àqueles que, por não colocarem a beleza física acima de tudo (como fazem os malditos metrossexuais), acabaram cultivando uma pancinha adorável. Esses, sim, são pra manter por perto. E eu digo por quê. Você nunca verá um homem barrigudinho tirando a camisa dentro de uma boate e dançando como um idiota, em cima do balcão. Se fizer isso, é pra fazer graça pra turma e provavelmente será engraçado, mesmo. Já os `tanquinhos´ farão isso esperando que todas as mulheres do recinto caiam de amores - e eu tenho dó das que caem. Quando sentam em um boteco, numa tarde de calor, adivinha o que os pançudos pedem pra beber? Cerveja! Ou coca-cola, tudo bem também. Mas você nunca os verá pedindo suco. Ou, pior ainda, um copo com gelo, pra beber a mistura patética de vodka com `clight´ que trouxe de casa. E você não será informada sobre quantas calorias tem no seu copo de cerveja, porque eles não sabem e nem se importam com essa informação. E no quesito comida, os homens com barriguinha também não deixam a desejar. Você nunca irá ouvir um ah, amor, `Quarteirão´ é gostoso, mas você podia provar uma `McSalad´ com água de coco. Nunca! Esses homens entendem que, se eles não estão em forma perfeita o tempo todo, você também não precisa estar. Mais uma vez, repito: não é pra chegar ao exagero total e mamar leite condensado na lata todo dia! Mas uma gordurinha aqui e ali não matará um relacionamento. Se ele souber cozinhar, então, bingo! Encontrou a sorte grande, amiga. Ele vai fazer pra você todas as delícias que sabe, e nunca torcerá o nariz quando você repetir o prato. Pelo contrário, ficará feliz. Outra coisa fundamental: Homens barrigudinhos são confortáveis! Experimente pegar a tábua de passar roupas e deitar em cima dela. Pois essa é a sensação de se deitar no peito de um musculoso besta. Terrível! Gostoso mesmo é se encaixar no ombro de um fofinho, isso que é conforto. E na hora de dormir de conchinha, então? Parece que a barriga se encaixa perfeitamente na nossa lombar, e fica sensacional. Homens com barriga não são metidos, nem prepotentes, nem donos do mundo. Eles sabem conquistar as mulheres por maneiras que excedem a barreira do físico. E eles aprenderam a conversar,a ser bem humorados, a usar o olhar e o sorriso pra conquistar. É por isso que eu digo que homens com barriguinha sabem fazer uma mulher feliz. CARLA MOURA PSICÓLOGA, ESPECIALISTA EM SEXOLOGIA Dia Internacional da BARRIGA - Está chegando Você, homem, quem está cansado de lutar contra balança, que se olha no "espelho" e vê aquela barriguinha e inveja o vizinho que gosta de andar "peladão" mostrando o abdômen bem definido etc.... não fique triste. Lembre-se que o "palhaço malhador" ficou na academia por horas, lembre-se de quantas cervas ele evitou, guloseimas nem pensar, e tudo isto prá que? Prá ficar na frente do espelho se achando bonitão? CHEGA DE VIADAGEM! O mundo inteiro sabe que quem gosta de homem bonito são os viados. Mulher quer homem inteligente, carinhoso e fofinho. Por isto está sendo lançado o dia 05 de Dezembro como o DIA INTERNACIONAL DOS BARRIGUDOS. Chega de ter a consciência pesada após beber aquela cervejinha, ou aquele vinho, e comer aqueles petiscos. Vamos lotar os bares e restaurantes, vamos derrubar todas as cervas, vinhos, coca-cola e caipirinhas, comer aquela feijoada, macaxeira com charque, coxinhas e torresminhos. Vamos detonar aquela picanha gorda e o chantili com morangos. Chegou a sua vez!! Salada, é o caralho!! Nosso Lema: "Mais vale um barrigudinho bom de cama, do que um gostosão fracassado". Nosso ìdolo: "Homer Simpson". Nosso Dia: 5 de Dezembro, o dia Internacional dos Barrigudos. Passe a diante para todos os barrigudos e simpatizantes!! P.S.: E mandamos um recado para você "sarado gostosão": Enquanto você malha, sua namorada está tomando cerveja num motel, com um barrigudo!

16.6.09

Uma bela relação

Durante mais de 5 anos escrevi quase diariamente sobre um projeto chamado Universidade Virtual do Maranhão. Tive o enorme prazer de, através deste projeto, conhecer pessoas, realidades e lugares onde nunca antes havia tido a oportunidade de pensar em estar. Um rapaz com 28 anos mal completados que recebia como presente o desafio de informar que era possível o sonho do crescimento pessoal e profissional de milhares de maranhenses de baixa ou nenhuma renda. Como ferramenta, tive apenas a palavra, na maioria das vezes, escrita. Para me ajudar nesta tarefa árdua e, paradoxalmente, prazerosa, tive a ajuda de uma equipe com pessoas crédulas e tão apaixonadas quanto eu. Mais do que eu, nenhuma delas. A luta diária para obter espaço na imprensa para a divulgação da oferta de um novo serviço ultrapassava qualquer âmbito profissional e nos colocava no nosso verdadeiro patamar de comunicadores sociais, cobiçando centímetro por centímetro as páginas dos jornais que levariam as boas novas aos lugares mais distantes e inalcançados por qualquer probabilidade de melhoria de vida.

Era inquietante ver as possibilidades e saber que as mesmas; inúmeras delas poderiam alcançar o real objetivo de dar vez a uma população carente. Pude ver, ouvir e sentir a Univima no meu dia a dia durante todo esse tempo. Pouco importa para mim os erros cometidos nesse trajeto nas cabeceiras do projeto ou em qualquer outro patamar. Vale aonde e como ele chegou. Se chegasse a apenas um, meu esforço já teria valido.

Nessa estrada, muitas pessoas queridas estiveram a meu lado. Algumas partiram, outras se desligaram, outras foram desligadas à revelia do processo. Poucas preferiram não compartilhar das alegrias.

Algumas vezes fui criticado por pessoas da minha equipe por ser benevolente demais, segundo eles, só com alguns. Pouco depois, os mesmos críticos foram alvo desta mesma benevolência. É inevitável sermos julgados diariamente. Com a Univima também foi assim. Nasceu diante de um turbilhão de dúvidas e questionamentos. Foi acusada e renegada constantemente, mas mesmo assim cresceu e, ainda na sua infância, começou a demonstrar seus dotes juvenis. Uma menina rebelde, moderna e impaciente, querendo resolver o mundo em um tempo cada vez menor. Minha história se confunde com a dela. Tenho orgulho de dizer que lá, comecei em uma pequena sala onde havia apenas uma mesinha com uma perna quebrada e um telefone. Tentava dali, sentado num dos cantos da mesa (onde a perna existia, obviamente) mostrar para o mundo que nós existíamos. Sozinho. Eu, ela e o telefone. Depois foram chegando algumas pessoas que fizeram parte da minha equipe e muito deixaram por lá. Acrescentaram muito ao projeto e muita coisa boa ficou por lá também. Fico feliz por saber que para muitos, a passagem por lá foi um trampolim para o crescimento profissional e pessoal.

Cresci muito com cada um deles. Aprendi a ter carinho por aquela instituição. Dificilmente vocês conhecerão alguém que tenha carregado e afixado um banner com tanto orgulho quanto eu. E olhe que carreguei muitos! Era uma grande honra desenrolar aquele painel plástico que, para mim, tinha mais apelo emocional que a própria bandeira nacional.

Através da Univima, aprendi a gostar do Maranhão e querer ficar cada vez mais nessa terra linda e sofrida. Sabia que poderia ajudar e continuei ajudando.

Eu sentia prazer em fazer parte daquele projeto e resolvi estampar no peito meu sentimento mandando bordar, bem na altura do coração o belo “V” vermelho que representa a instituição. Depois disso, aquele simples gesto ganhou corpo, ou melhor, corpos, virando um tipo de fardamento da universidade. Sempre me sentia bem com a tão cobiçada camiseta polo preta. Andava com ela e torcia para que alguém perguntasse como era a Univima.
Era a deixa para falar por horas sobre uma grande paixão. Era comum falar da Univima por onde eu andava, mas só percebi minha relação com ela quando alguém observou que meus olhos brilhavam quando eu falava sobre ela.

Era um novo mundo para mim. Ali, naqueles espaços presenciais e virtuais onde atuei, não como um assessor, mas como um cidadão apaixonado, pude aprender e crescer ao lado de verdadeiros mestres. Tolos os que não tiveram a humildade de aprender com eles. Nunca tive a preocupação de voltar os holofotes para mim. Sempre preferi trabalhar nos bastidores e dividir os louros das vitórias com aqueles que me cercavam.

Lá, aprendi a fazer amigos. Poucos, mas para a vida toda. Entendi também que, em muitos casos, a palavra dita é apenas um detalhe quando podemos sentir pessoas. A sinergia acontecia de tal forma na minha assessoria, que um olhar ou gesto mínimo era perfeitamente entendido por todos. E assim fui sendo feliz ao lado de pessoas especiais dentro e fora da instituição. Registrei esse mundo em milhares de imagens e sua grande maioria estará sempre em minha mente e coração. Sempre, eu e meus colegas de assessoria, trabalhávamos cercados de descontração e alegria, mas também de muita seriedade. Brincávamos uns com os outros e ríamos de nós mesmos. A nossa sala era o xodó da instituição. Muito ou pouco, todos passavam por lá. Mas, mesmo com toda essa informalidade, sempre obtivemos excelentes resultados.

Nos últimos anos, com a equipe bem “azeitada”, tivemos números bastante expressivos na imprensa local, ao ponto de, durante o ano, colocar a nossa instituição, em média, mais de uma vez por dia na frente dos holofotes sempre com a oferta direta ou indireta de algum serviço à população.

A sigla da Assessoria de Comunicação (Ascom) substituiu meu sobrenome por muito tempo. Passei a ser chamado carinhosamente de João da Ascom e demorei até fazer com que meu nome (o de batismo) fosse conhecido e lembrado por todos. Apenas uma preocupação profissional, mas sempre achei o apelido muito carinhoso e até hoje fico lisonjeado quando me chamam dessa forma. Acho que esta associação é a maior prova do reconhecimento da minha dedicação e envolvimento com o projeto.

Hoje, a Univima começa a trilhar um novo caminho, o qual começo a observar de forma mais distante, mas sem dúvidas que, de uma forma ou de outra vai alcançar mais a frente os seus objetivos. Espero que no futuro, eu possa novamente, no decorrer das minhas funções, eu possa novamente pegar chuva, correr atrás de barco na rua, ser pintado por com índios, subi em árvores e ter novas histórias para contar.

4.5.09

DEUS VAI AJUDAR?

Não usar seu santo nome em vão. Ou muito me engano ou este é um dos mandamentos que aprendi nas aulas de catecismo quando tinha ainda meus 9 anos de idade. Hoje, em uma leitura um pouco mais madura e coerente com a realidade acredito que a mensagem pode ser entendida como não colocar todas as responsabilidades nas mãos de Deus.

Entristeço-me muito quando vejo a postura de algumas pessoas que passam a vida toda tentando alcançar êxito profissional ou pessoal sem ao menos ponderar suas ações, passando por cima de quem quer que seja para conseguir a ascensão almejada.

Fazem de tudo. E quando digo tudo, é tudo mesmo. Mentem, dissimulam e fazem o possível para angariar resultados, independente do fracasso de quem esteja e estiveram, por muitas vezes, ao seu lado. Sempre me indignei com pessoas com este perfil, mas também, sempre achei que as mesmas poderiam mudar. E pelo que tenho visto nos últimos tempos, mudaram: pra pior.

É aquele tipo de gente que vive nas sombras dos outros e quando a coisa aperta, buscam ofuscar a sua luz. Pessoas que contrariam os verdadeiros preceitos éticos e cristãos e se passam naturalmente como profissionais gabaritados e se apegam na fé como solução.

Minha caixa postal está cheia de mensagens de fé e otimismo em vídeo, slides, áudio e mais uma infinidade de formatos que só autenticam o meu modo singular de crer em Deus.

O interessante é que todos os e-mails recebidos são encerrados com a mensagem de que Deus está olhando por todos nós e que vai nos ajudar a ultrapassar qualquer barreira. Tudo é jogado nas costas dele.

É como se não precisássemos trabalhar com afinco, honestidade, respeitando o próximo que, mesmo assim, tudo daria certo. Afinal, Deus, o “bestão” vai ajudar de qualquer forma.

Pra que me dedicar se Deus ajuda? Por quer ser leal se ele vai ajudar mesmo? Esperança é coisa pra idiotas. É assim que pensam os fiéis a este pensamento.

Há muito tempo eu percebi que quando trabalho muito, me dedico, sou ético e respeito os colegas de trabalho e procuro dar sempre o melhor de mim, tentando ajudar sempre quem está ao meu lado, Deus me ajuda.

Notei que quando trato e gosto das pessoas com sinceridade no coração, ele me ajuda a manter eternas amizades.

Aprendi que quando há esperança que um trabalho cercado de êxitos será reconhecido, coincidentemente Deus ajuda.

E os emissários de e-mails de fé? Deus vai ajudar só pela cota de envios mensais? A salvação será pelo quantitativo do mailing? Ou será que condutas e ações devem ser revistas?

Enquanto a salvação não vem, prefiro me policiar para agir visando o bem comum. Transformando meus atos em minha salvação particular que me faz deitar a cabeça tranquilamente no meu travesseiro e dormir aguardando o dia da salvação maior. O dia daqueles que usaram o santo nome para confortar e não para obter benefícios pessoais.

11.2.09

“MARÉ DE SORTE”


Sabe aquele tipo de gente que não se abala por nada? Que tudo sempre está bem e nada consegue estragar o que a vida tem para oferecer de bom? Praticamente um Joseph Klimber?! Pois é! Durante muito tempo me enquadrei neste perfil. Bom astral, de bem com a vida, acreditando que tudo sempre iria dar certo. A personificação do otimismo.

Os amigos sempre dizem que nunca me viram zangado, com cara emburrada ou coisa assim.

Um cara de sorte. É como sempre me vi. Mas comecei a achar que esta sorte tem trazido, nos últimos meses, vários incômodos. O pior de tudo é que esta sorte anda aumentando cada vez mais.

No último ano, especificamente no final do mês de outubro, comecei meio que de surpresa uma reforma em minha casa. O que seria uma pequena obra para reparos em alguns cômodos, foi transformada em uma construção que deixou apenas quatro paredes originais da casa de pé. Telhado, quartos, banheiros, piso, pias, vasos... E por aí vai a reforma. Ou melhor, por aí ela ainda vem.

Três meses de atraso na entrega da obra. Mas "por sorte minha", como dizem os amigos, o tempo excedido é muito pouco comparando com o que acontece normalmente nestes casos. O problema é que só me programei para gastar até os meses combinado e agora começou a fase do acabamento. Acabamento do dinheiro.

Outra coisa para a qual também não havia me programado era para lidar com ladrões roubando o material de construção comprado e pago com o meu suor. Mas "por sorte" os gatunos não haviam invadido a minha casa. Até o momento em que invadiram e um deles foi surpreendido pelos pedreiros que chegavam de manhã cedo para trabalhar. Liguei para a polícia que "por uma grande sorte" compareceu ao local em pouco mais de uma hora, me deixando este tempo todo com o ladrão olhando para a minha ‘cara’ e, certamente, bolando planos para se vingar. Segundo o meu cunhado, tive “bastante sorte” por ficar sabendo quem me roubava, pois segundo sua teoria, agora o gatuno vai andar de olho bem aberto com medo de mim. Medo de mim? O marginal é ele. Muito interessante a teoria.

Depois de ser solto por causa da greve da polícia civil (dei "muita sorte" neste período porque mesmo em greve eles registraram o boletim de ocorrência. Tudo bem que soltaram o cara no outro dia) o bandido ainda voltou lá em casa e roubou um ventilador do quarto do vigia que, obviamente, como de costume, dormia. O ventilador (o segundo – o primeiro foi roubado anteriormente junto com o material de construção) foi furtado e acredito que por contagio, o vigia, que guarda um facão que mais parece uma espada samurai embaixo da cama e já havia prometido cortar as mãos do ladrão, "deu sorte" e não acordou.

Mas como “toda a sorte do mundo" é minha, o que ele levou foi pouca coisa e, como meus familiares falam, com trabalho eu recupero tudo depois. Eu só não queria era ter que trabalhar com esta finalidade. Queria trabalhar para construir e adquirir coisas novas mesmo.

Ainda por feitio da "sorte", enquanto vasculhava a casa para ver se dava conta do sumiço de mais alguma coisa, encontrei em meio à bagunça da reforma, uma caixa onde estava toda a minha coleção de revistas e livros sobre fotografia que venho montando durante mais ou menos uns quinze anos. Por causa da mudança do telhado que coincidiu com a época de chuva (será que foi sorte ou planejamento?), as frestas no telhado ainda não acabado formaram uma ‘cachoeira’ bem em cima do local onde estava guardado o material e, logicamente, "por muita sorte, muita sorte mesmo”, as revistas mais novas - aquelas que a gente ainda consegue comprar através dos sites das editoras ou encomendar nas bancas de revistas – ficaram praticamente intactas. As mais antigas, as de dez a quinze anos, não. Essas a água dissolveu por completo e não tem mais como pedir na editora.

Mas, observando tudo de perto, um dos pedreiros me consolou:

- O 'sô' teve foi sorte! Só molhou as 'véia'.

Para melhorar ainda mais, no último sábado, saindo de casa para tomar um sorvete com a família... Sinal fechando, trânsito parando, parando, não parando... Pow!!! Bateram no meu carro e me jogaram na traseira do carro da frente. Desci do carro apressado e ainda vi quando um grupo de garotos com seus vinte e poucos anos fugia desesperadamente se espremendo entre os outros carros. Eles bateram no carro de trás do meu e também o jogaram para frente. Por "sorte" só quebraram meu pára-choque traseiro, amassaram a tampa do porta-malas, os dois pára-lamas traseiros, o pára-choque dianteiro foi amassado, a grade do capô quebrou, a grade de ventilação e várias outras coisas foram para o espaço. Mas como tenho tido uma "sorte descomunal", nada além disso. Segundo o policial militar que registrou o B.O (boletim de ocorrência), como o motorista que causou o acidente “se evadiu-se” do local e o carro é do Rio Grande do Sul, cada um dos envolvidos vai ficar com o seu prejuízo. Mas como disse minha sogra foi "muito bom" não ter que arcar com a despesa dos outros (neste caso, muito bom deve ser igual a muita sorte). "Sorte grande" mesmo para quem só iria gastar no máximo uns R$ 20 com os sorvetes.

Melhor que tudo isso foi, enquanto fazia a cobertura de um evento, ver a nova lente da minha câmera fotográfica também nova, recém comprada, cair no chão e espatifar o filtro que estava acoplado na mesma. Ufa, “que sorte!” Só quebrou o filtro. A lente ficou intacta e o acessório que se esfarelou custa apenas R$ 120,00 e pode ser comprado a qualquer momento... Fora do Brasil. Ah! A câmera também foi ao chão, mas não sofreu nenhum dano devido ao suporte do tripé estar preso em sua base e tê-la protegido.

Pra abrilhantar ainda mais a série, na segunda sexta-feira de fevereiro, que por uma grande coincidência foi dia 13, enquanto eu ia para o trabalho pela manhã por uma das intrafegáveis avenidas da cidade, de repente um grande impacto no capô do meu carro quase me faz causar um acidente. Não! Não bati o carro novamente. Foi apenas um galho de uma das árvores que ficam no canteiro central da avenida que despencou sobre o meu carro durante uma leve chuva. Lógico que amassou e arranhou a pintura, mas segundo minha cunhada que pegou uma carona comigo e só por isso eu dirigia por aquela via, já que a mesma não faz parte do meu trajeto habitual, dei “muita sorte” de não ter sido o tronco da árvore. Sei não! Do jeito que as coisas estão estranhas, não ficaria surpreso se caísse a raiz da árvore em cima de mim.

Estou com muito medo dessa "maré de sorte" que vem me acompanhando nos últimos meses. Fico preocupado em acabar fazendo parte das estatísticas como a primeira pessoa do mundo a "morrer de sorte".

Mas continuo otimista.

17.11.08

A força está em nós

Ano novo chegando... E as promessas de sempre começam a ser lançadas para um novo tempo que se iniciará em breve. Parar de fumar, de beber, emagrecer, reformar a casa, o próximo filho, estudar mais... Tudo fica, religiosamente, sempre para o ano que vem. Como cumprir então tais promessas? Trocar aquela cerveja amiga por um bom suco de laranja, aquele filé a parmegiana por um bom prato de salada tropical ou aquela picanha sangrenta por uma lasanha verde nem sempre é fácil. Mas quem foi que disse que, realmente, é preciso trocar?
Que tal dosarmos o que realmente gostamos e reaprendermos a gostar de uma forma diferente. A cervejinha de cada dia precisa acabar? Nunca. Mas por que a cervejinha tem que ser de “todo dia”? Pode ser apenas do fim de semana. Do “de vez em quando”. Não pode?

Uma boa bebida e uma mesa farta são sempre bons motivos para reuniões entre amigos. O ser humano foi acostumado através dos tempos a beber e comer para festejar. Rituais que unem, mas não são imprescindíveis em nossas vidas.

O alimento é vital, mas não no excesso e de todas as formas. O homem sempre procura subterfúgios para fazer e manter amizades. Esquece muitas vezes como é fascinante apenas conversar e olhar nos olhos de uma pessoa verdadeiramente amiga, sem estar cercado por pratos gordurosos ou sob o domínio do álcool. Estas muletas criadas pelo distanciamento do homem de si próprio é que realmente vem fazendo com que a vida, mesmo maravilhosa como é, seja, cada vez mais, banalizada.

As fugas acontecem de diversos modos. Conheço pessoas que fumam por encontrarem na droga lícita uma das poucas opções capazes de suprirem a carência deixada em cada uma delas por diversos motivos: falta de autoconfiança, desamor... Conheço quem já tenha largado o cigarro e a bebida após porres homéricos; voltou a fumar; a beber; parou de fumar, parou de beber, está fumando novamente e se arrepende da burrada que fez. Também conheço pessoas que se escondem por não acreditarem em si mesmas e dizem que tanto faz o fato de beber ou fumar. Algumas até, através do humor (com tons de sarcasmo) defendem idéias absurdas sobre o uso de tais substâncias.

Dentro de todo este universo também conheço algumas que apostaram em serem felizes sem gritarem, espernearem ou almejarem mudar o mundo. Só mudando a si mesmo. Vivendo com tudo que gosta e sabendo do que gostar.

Afinal, por que uma garrafa de vinho se o sabor e o aroma das uvas estão presentes com maior intensidade sempre no primeiro gole? Nem sempre, o prato quente tem mais sabor. Então, por que não reinventar os amigos e as amizades sem esquecer a essência de tudo? Não há razão para distanciamentos se podemos criar novas fórmulas. Basta tentar. É preciso tentar.
É hora de reinventar a vida. As dificuldades aparecem e sempre aparecerão.
Mas a força está sempre em nós.