1.2.07

Na Era da (Des)Informação

Tolo é quem pensa que o assessor de comunicação é a pessoa que recebe as informações em primeira mão na instituição onde trabalha. Como, então, dar a notícia com ineditismo e rapidez se não a temos desta forma? É um paradoxo. Só com muita dedicação e afinco é que conseguimos driblar estes desencontros “comunicacionais” do cotidiano. Se não fosse, realmente, a responsabilidade com o trabalho e o respeito à profissão, principalmente, pela necessidade e obrigação de prestar um serviço à comunidade, as matérias produzidas e diariamente publicadas nos nossos sites e, também, enviadas para a imprensa, seriam mais ou menos assim:


Título: Meu chefe recebeu alguém hoje na sala dele

Subtítulo: Pelo que me disseram o encontro parece que foi com alguém importante

Matéria: Foi realizada hoje na sala do chefe, aqui do trabalho, uma reunião com uma pessoa que chegou aqui por volta das 10h da manhã. Ou foi às 11 horas?

Não sei direito o que veio fazer, mas me disseram que ela demorou. A secretária, que fica na sala ao lado da do meu chefe, e que todos o que entram passam por ela, não sabe me dizer direito quem era. Parece que era alguém da própria empresa, ou não. Durante a reunião foram discutidos uns assuntos complicados que nem dava pra entender direito o que era. Segundo o que me contaram, era alguma coisa relacionada a uns problemas que aconteceram num lugar aí. Parece que depois a pessoa ficou de vir aqui de novo. Pelo que o vigia do turno contou, a pessoa saiu num carro e não voltou mais. Segundo a senhora da recepção era um carro branco ou cinza, com certeza. Para a moça da copa que serve o café, a reunião, realmente, era bastante importante e o homem falava com a voz grossa. “Eles tomaram café naquela xícara que tem o brasão da empresa. Por isso, sei que a reunião era importante. Eles só usam essa louça em ocasiões especiais. Também tomaram água naqueles copos de vidro que são reservados para visitas. Sei que era gente grande”, ressaltou. Para “Moreno” Gestor de Tráfego Automobilístico Urbano em Espaços Reduzidos (flanelinha), pela perícia do motorista do carro que trouxe o visitante até aqui, realmente devia ser gente importante. “O motorista dele estacionou que nem encostou o pneu no meio-fio. Foi rapidinho. Isso é gente que já tem muita “rodagem”. Só gente importante tem motorista bom assim”, afirmou.

De acordo com a secretária do meu chefe, ficou marcada uma outra reunião para definir alguns itens finais. Ela só não sabe dizer o dia e a hora, mas o rapaz do setor de reprografia já está de olho.