16.6.09

Uma bela relação

Durante mais de 5 anos escrevi quase diariamente sobre um projeto chamado Universidade Virtual do Maranhão. Tive o enorme prazer de, através deste projeto, conhecer pessoas, realidades e lugares onde nunca antes havia tido a oportunidade de pensar em estar. Um rapaz com 28 anos mal completados que recebia como presente o desafio de informar que era possível o sonho do crescimento pessoal e profissional de milhares de maranhenses de baixa ou nenhuma renda. Como ferramenta, tive apenas a palavra, na maioria das vezes, escrita. Para me ajudar nesta tarefa árdua e, paradoxalmente, prazerosa, tive a ajuda de uma equipe com pessoas crédulas e tão apaixonadas quanto eu. Mais do que eu, nenhuma delas. A luta diária para obter espaço na imprensa para a divulgação da oferta de um novo serviço ultrapassava qualquer âmbito profissional e nos colocava no nosso verdadeiro patamar de comunicadores sociais, cobiçando centímetro por centímetro as páginas dos jornais que levariam as boas novas aos lugares mais distantes e inalcançados por qualquer probabilidade de melhoria de vida.

Era inquietante ver as possibilidades e saber que as mesmas; inúmeras delas poderiam alcançar o real objetivo de dar vez a uma população carente. Pude ver, ouvir e sentir a Univima no meu dia a dia durante todo esse tempo. Pouco importa para mim os erros cometidos nesse trajeto nas cabeceiras do projeto ou em qualquer outro patamar. Vale aonde e como ele chegou. Se chegasse a apenas um, meu esforço já teria valido.

Nessa estrada, muitas pessoas queridas estiveram a meu lado. Algumas partiram, outras se desligaram, outras foram desligadas à revelia do processo. Poucas preferiram não compartilhar das alegrias.

Algumas vezes fui criticado por pessoas da minha equipe por ser benevolente demais, segundo eles, só com alguns. Pouco depois, os mesmos críticos foram alvo desta mesma benevolência. É inevitável sermos julgados diariamente. Com a Univima também foi assim. Nasceu diante de um turbilhão de dúvidas e questionamentos. Foi acusada e renegada constantemente, mas mesmo assim cresceu e, ainda na sua infância, começou a demonstrar seus dotes juvenis. Uma menina rebelde, moderna e impaciente, querendo resolver o mundo em um tempo cada vez menor. Minha história se confunde com a dela. Tenho orgulho de dizer que lá, comecei em uma pequena sala onde havia apenas uma mesinha com uma perna quebrada e um telefone. Tentava dali, sentado num dos cantos da mesa (onde a perna existia, obviamente) mostrar para o mundo que nós existíamos. Sozinho. Eu, ela e o telefone. Depois foram chegando algumas pessoas que fizeram parte da minha equipe e muito deixaram por lá. Acrescentaram muito ao projeto e muita coisa boa ficou por lá também. Fico feliz por saber que para muitos, a passagem por lá foi um trampolim para o crescimento profissional e pessoal.

Cresci muito com cada um deles. Aprendi a ter carinho por aquela instituição. Dificilmente vocês conhecerão alguém que tenha carregado e afixado um banner com tanto orgulho quanto eu. E olhe que carreguei muitos! Era uma grande honra desenrolar aquele painel plástico que, para mim, tinha mais apelo emocional que a própria bandeira nacional.

Através da Univima, aprendi a gostar do Maranhão e querer ficar cada vez mais nessa terra linda e sofrida. Sabia que poderia ajudar e continuei ajudando.

Eu sentia prazer em fazer parte daquele projeto e resolvi estampar no peito meu sentimento mandando bordar, bem na altura do coração o belo “V” vermelho que representa a instituição. Depois disso, aquele simples gesto ganhou corpo, ou melhor, corpos, virando um tipo de fardamento da universidade. Sempre me sentia bem com a tão cobiçada camiseta polo preta. Andava com ela e torcia para que alguém perguntasse como era a Univima.
Era a deixa para falar por horas sobre uma grande paixão. Era comum falar da Univima por onde eu andava, mas só percebi minha relação com ela quando alguém observou que meus olhos brilhavam quando eu falava sobre ela.

Era um novo mundo para mim. Ali, naqueles espaços presenciais e virtuais onde atuei, não como um assessor, mas como um cidadão apaixonado, pude aprender e crescer ao lado de verdadeiros mestres. Tolos os que não tiveram a humildade de aprender com eles. Nunca tive a preocupação de voltar os holofotes para mim. Sempre preferi trabalhar nos bastidores e dividir os louros das vitórias com aqueles que me cercavam.

Lá, aprendi a fazer amigos. Poucos, mas para a vida toda. Entendi também que, em muitos casos, a palavra dita é apenas um detalhe quando podemos sentir pessoas. A sinergia acontecia de tal forma na minha assessoria, que um olhar ou gesto mínimo era perfeitamente entendido por todos. E assim fui sendo feliz ao lado de pessoas especiais dentro e fora da instituição. Registrei esse mundo em milhares de imagens e sua grande maioria estará sempre em minha mente e coração. Sempre, eu e meus colegas de assessoria, trabalhávamos cercados de descontração e alegria, mas também de muita seriedade. Brincávamos uns com os outros e ríamos de nós mesmos. A nossa sala era o xodó da instituição. Muito ou pouco, todos passavam por lá. Mas, mesmo com toda essa informalidade, sempre obtivemos excelentes resultados.

Nos últimos anos, com a equipe bem “azeitada”, tivemos números bastante expressivos na imprensa local, ao ponto de, durante o ano, colocar a nossa instituição, em média, mais de uma vez por dia na frente dos holofotes sempre com a oferta direta ou indireta de algum serviço à população.

A sigla da Assessoria de Comunicação (Ascom) substituiu meu sobrenome por muito tempo. Passei a ser chamado carinhosamente de João da Ascom e demorei até fazer com que meu nome (o de batismo) fosse conhecido e lembrado por todos. Apenas uma preocupação profissional, mas sempre achei o apelido muito carinhoso e até hoje fico lisonjeado quando me chamam dessa forma. Acho que esta associação é a maior prova do reconhecimento da minha dedicação e envolvimento com o projeto.

Hoje, a Univima começa a trilhar um novo caminho, o qual começo a observar de forma mais distante, mas sem dúvidas que, de uma forma ou de outra vai alcançar mais a frente os seus objetivos. Espero que no futuro, eu possa novamente, no decorrer das minhas funções, eu possa novamente pegar chuva, correr atrás de barco na rua, ser pintado por com índios, subi em árvores e ter novas histórias para contar.

1 Comentários:

Blogger Marina Habibe disse...

Admiro sua paixão sincera..
Parabéns...

quinta-feira, 16 julho, 2009

 

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