26.7.07


Um anjo da guarda para você

Abraços fraternos. É com esta saudação que um grande amigo se despede nas poucas vezes em que nos falamos. Segundo ele, um hábito dos que, na sua região, segue a doutrina espírita através dos ensinamentos de Allan Kardec. O kardecismo, como é conhecida, tem como um dos seus principais conceitos a crença na vida pós morte. Ou melhor, na inexistência da mesma. A morte – da forma como a conhecemos – seria apenas mais uma etapa da nossa existência. Esse amigo é daquelas pessoas que a gente conhece e diz: - Encontrei meu anjo da guarda.

Acredito em anjos. Mas não daqueles anjinhos de cabelos loirinhos e olhinhos azuis. Meus anjos têm sexo, cor, formas e sex appeal. Por que não? São anjos de carne e osso. Como eu. Como você e todos nós. Eles também erram, choram, se sentem sós... Precisam de proteção. Talvez não seja essa a imagem que construímos dos anjos durante a nossa vida. Mas é com ela que identifico os meus. Anjos de luz e de trevas. Nenhum deles é totalmente bom. Mas são indispensáveis.

Esse amigo é um bom anjo. Mas também tive anjos caídos e cadentes ao meu redor. Os tenho até hoje. Dos dois tipos. Muitos se foram, outros sumiram... Mas, constantemente surgem novos. Bons e Maus. Um para cada ocasião. E nem sempre percebemos. A maioria deles está longe do topo da hierarquia dos ‘Santos Anjos’: os nossos Anjos da Guarda. São Gabriéis, Miguéis e Rafaéis espalhados bem perto da gente. Eu, normalmente, estou cercado deles e a cada dia procuro mais um. Eu os chamo de amigos.

Invoque seus Anjos Cotidianos e vá tomar um chopp com eles. Peça logo uma cachaça, derrame um pouco no chão do bar e diga: - Essa é para o Anjo!