13.2.08

Em busca de “Xéuris”


Cantar. Essa é uma das coisas que mais faço durante todo o dia. Alto ou baixo, estou sempre cantarolando pelos cantos das salas e escritórios onde transito durante o meu cotidiano. São canções de todos os gêneros e épocas, em um repertório que vai de Chico Buarque, passando por Vander Lee até o Arrocha de Silvano Sales. Todas as músicas são interpretadas com muita afinação mas, normalmente, sem coerência nas letras. De tanto cantar e também ouvir muito músicas, certas vezes, algumas canções acabam dominando o nosso pensamento e não saem das nossas cabeças. Isso com certeza acontece com freqüência com vários de nós. Situações muito engraçadas e às vezes até agonizantes quando tentamos, tentamos e não conseguimos lembrar de determinada letra ou, simplesmente, de seu autor ou cantor.

Na última semana, prova disso aconteceu no trabalho onde, normalmente, todos gostam de cantar e associar sempre uma música a uma situação específica. Bastou imaginar uma cena e pronto: lá vem alguém com um tema musical. Foi só surgir a descrição de uma passagem um pouco mais romântica e pronto: lá veio a música de tema de imediato. “Xéuris on náite, bi láife. Xéuris bi livi...” , e por aí foi. Assim mesmo. Tipo a Solange do Big Brother. Aquela mesma do “Wilson Vai”. Pois é! E a música ficou na cabeça de todo mundo. Até que, de repente, tinham três jornalistas, um radialista, uma administradora, um publicitário, uma relações públicas e mais um monte de voluntários à procura de “Xéuris” e de seu criador.

O primeiro passo era tentar descobrir a letra na forma original, momento em que contamos com o apoio dos longos períodos de cursos de inglês de dois colegas nossos. Depois era ver se a melodia casava com a letra. Ih, Pifou! Não era esta “Xéuris”. Esta era da Madona e não tinha a mesma melodia. Mas “Xéuris” não é “Xéuris”. Coisa que já estava óbvia desde o começo. Então nossa única possibilidade era através da melodia ou do passado discotecário de alguns de nossos amigos. Até um DJ entrou na luta para decifrar a identidade daquela balada romântica. Parecia que estávamos tentando fazer um teste de paternidade. Partimos para a internet com a intenção de cruzarmos algumas informações. Foi quando “Cool in the again” apareceu. Nome da música? Não. Nome da banda. E-mule nela... E nada. Sites de Rádios Web e busca musical. Depois de muito tempo e milhares de cliques, “Kool & Gang”. Pronto, parece que estávamos chegando ao final do teste. O pai estava descoberto. Que nada! Ainda depois de vários cliques on the web, eis que surge o pai real de “Xéuris”: Kool and the Gang. Bastava então confirmarmos o nome correto da nossa querida canção que teria a partir dali um entendimento claro de toda a sua existência. “Cherish the love we have. We should cherish the life we live”, diz “Xéuris” em sua mensagem original. “Guarde no coração o amor que temos. Devemos guardar no coração a vida que vivemos”. É, valeu a pena procurar por “Xéuris”. E continuamos cantarolando nossas canções erradas.

*A música referida no texto é Cherish do grupo Kool and the Gang.
Agora a gente já sabe.