Jogada (des) Ensaiada
Gente, vamos combinar! Apresentador, locutor, produtor, editor e repórter tem que falar a mesma coisa. Você não acha? Explico. Para quem é da área de comunicação, principalmente os da área de jornalismo, sabem bem da coerência necessária para uma matéria informativa.
Mas, humildemente, cada vez que assisto a programas de TV percebo que alguns colegas (também sou jornalista) faltaram as aulas de laboratório de telecinejornalismo ou outra parecida.
Um dia desses, enquanto almoçava, durante uma semana que passei em outro estado, numa cena rara (a raridade é por poder ver TV durante o almoço), assistia a um programa esportivo. O apresentador naquela emoção que só o esporte consegue (ou tem que) passar, chamava indignado uma matéria (coisa rápida) sobre violência. Um jogador de futebol que, segundo ele, havia sido seqüestrado. Ele dizia ser um absurdo, cobrava segurança:
- A que ponto chegamos? Seqüestraram o artilheiro do campeonato – E por aí seguia o seu brado.
Com o gancho, o editor soltou o VT da matéria que já começava com o repórter no campo, entrevistando o atleta.
-Como foi ser seqüestrado? – Será que ela esperava que o cara dissesse que tinha sido uma experiência maravilhosa, ou coisa assim?
O cara (todo errado, sem jeito) disse:
- É... Eles me levaram, mas na verdade não queriam me fazer mal. Me deixaram no caminho e só levaram o meu carro. – Relatava o atleta que, convenhamos, já colocou por terra o lance do seqüestro, né? Se os caras só queriam o automóvel?
Percebendo uma ‘ótima oportunidade’ o repórter rapidamente mandou na lata:
- Eles chegaram a te reconhecer? – Gente, pelo amor de Deus! Quem, em sã consciência, no meio de um “seqüestro” iria reconhecer um jogador de futebol da quinta divisão?
O pior foi a cara de coitada da vítima (dos bandidos e do repórter) sem saber se dizia que sim ou não. Deu pena.
Depois da entrevista era hora então de mostrar os gols do final de semana. Foi quando entraram as imagens e uma locutora narrava a jogada:
- Bola na entrada da área para fulano de tal e ... Falta! – Era o início do lance.
E a locutora animadona, e sem noção alguma sobre futebol, continuava:
- Cobrança de falta ensaiada e .... – Putz! O ‘cabôco’ deu uma bicuda na barreira que quase estoura o estômago do zagueiro. Jogada ensaiada? Jogada ensaiada normalmente o jogador não bate direto pro gol. Muito menos desse jeito. Ô editor! Dá uma ajuda aí! Bota imagem de outro jogo.
O mais engraçado é que depois que a bola estourou na barreira, quase matando o defensor, ela voltou em direção ao meio de campo. A locutora ainda tentou:
- O Azulão pega o rebote, vai tentar o gol... – Caramba! Pra piorar a vida da locutora, do apresentador, do repórter, da mãe do jogador e do editor que não prestou a mínima atenção nas imagens, o atacante do Azulão chutou a bola pela lateral do campo, quase na arquibancada.
O pior de tudo foi quando a imagem retornou para o apresentador do programa e ele, com uma cara de mane, ainda tinha que dizer alguma coisa para fechar a matéria.
- Violência não! Dá-lhe Azulão!!!
Gente, vamos combinar! Apresentador, locutor, produtor, editor e repórter tem que falar a mesma coisa. Você não acha? Explico. Para quem é da área de comunicação, principalmente os da área de jornalismo, sabem bem da coerência necessária para uma matéria informativa.
Mas, humildemente, cada vez que assisto a programas de TV percebo que alguns colegas (também sou jornalista) faltaram as aulas de laboratório de telecinejornalismo ou outra parecida.
Um dia desses, enquanto almoçava, durante uma semana que passei em outro estado, numa cena rara (a raridade é por poder ver TV durante o almoço), assistia a um programa esportivo. O apresentador naquela emoção que só o esporte consegue (ou tem que) passar, chamava indignado uma matéria (coisa rápida) sobre violência. Um jogador de futebol que, segundo ele, havia sido seqüestrado. Ele dizia ser um absurdo, cobrava segurança:
- A que ponto chegamos? Seqüestraram o artilheiro do campeonato – E por aí seguia o seu brado.
Com o gancho, o editor soltou o VT da matéria que já começava com o repórter no campo, entrevistando o atleta.
-Como foi ser seqüestrado? – Será que ela esperava que o cara dissesse que tinha sido uma experiência maravilhosa, ou coisa assim?
O cara (todo errado, sem jeito) disse:
- É... Eles me levaram, mas na verdade não queriam me fazer mal. Me deixaram no caminho e só levaram o meu carro. – Relatava o atleta que, convenhamos, já colocou por terra o lance do seqüestro, né? Se os caras só queriam o automóvel?
Percebendo uma ‘ótima oportunidade’ o repórter rapidamente mandou na lata:
- Eles chegaram a te reconhecer? – Gente, pelo amor de Deus! Quem, em sã consciência, no meio de um “seqüestro” iria reconhecer um jogador de futebol da quinta divisão?
O pior foi a cara de coitada da vítima (dos bandidos e do repórter) sem saber se dizia que sim ou não. Deu pena.
Depois da entrevista era hora então de mostrar os gols do final de semana. Foi quando entraram as imagens e uma locutora narrava a jogada:
- Bola na entrada da área para fulano de tal e ... Falta! – Era o início do lance.
E a locutora animadona, e sem noção alguma sobre futebol, continuava:
- Cobrança de falta ensaiada e .... – Putz! O ‘cabôco’ deu uma bicuda na barreira que quase estoura o estômago do zagueiro. Jogada ensaiada? Jogada ensaiada normalmente o jogador não bate direto pro gol. Muito menos desse jeito. Ô editor! Dá uma ajuda aí! Bota imagem de outro jogo.
O mais engraçado é que depois que a bola estourou na barreira, quase matando o defensor, ela voltou em direção ao meio de campo. A locutora ainda tentou:
- O Azulão pega o rebote, vai tentar o gol... – Caramba! Pra piorar a vida da locutora, do apresentador, do repórter, da mãe do jogador e do editor que não prestou a mínima atenção nas imagens, o atacante do Azulão chutou a bola pela lateral do campo, quase na arquibancada.
O pior de tudo foi quando a imagem retornou para o apresentador do programa e ele, com uma cara de mane, ainda tinha que dizer alguma coisa para fechar a matéria.
- Violência não! Dá-lhe Azulão!!!