16.1.07


A morte não existe

Hoje eu descobri que a morte não existe. Que todo aquele sentimento que guardamos não se perde com o tempo. O que existe é um intervalo em nossa vida. Uma pausa para reavaliação. Depois a gente volta. Se a morte fosse de verdade o que seria de tudo que passamos em toda a nossa história? O que seria feito da lembrança da nossa primeira bicicleta? E da primeira namorada? Do primeiro beijo? Horrível por sinal (quase quebro meu dente). Do primeiro amasso de verdade, da primeira vez (de quem teve uma)? O que fazer com as lembranças da turminha da escola e os amigos da faculdade, se a morte, realmente, existisse?
E o primeiro amor? O segundo, o terceiro... O que fazer com a lembrança deles?
Das ondas que surfei, dos tombos que levei, das pedras que joguei nos telhados dos vizinhos, dos palavrões no trânsito, o que fazer com estes momentos? Esquecer? Jamais. Por isso a morte não acontece. A vida sempre permanecerá nas músicas, nas fotografias. A minha vida sempre foi uma fotografia. Às vezes em preto e branco, outras muitas em cores saturadas e algumas com a exposição correta, calibrada pelo fotômetro do bom senso e do respeito pela fotografia dos outros. Mas a morte não existe. Quando chegar o momento da minha pausa, coloque um som legal e, se alguém perguntar por mim, diga que estou fotografando por aí, mas que logo voltarei cheio de novas imagens. Antes disso eu ainda vou aprender a tocar sax e plantar um pé de manga.

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